Entidades organizadoras apelam ao bom senso da população relativamente ao cumprimento das regras de segurança impostas pela Direção Geral de Saúde.
Marco de Canaveses está prestes a sentir a emoção do desporto motorizado, com o acolhimento das duas últimas provas do Campeonato do Mundo de Enduro 2020. A primeira acontece a 6, 7 e 8 de novembro. A segunda realiza-se na semana seguinte, nos dias 13, 14 e 15.
Esta dupla jornada conta com o apoio da Federação de Motociclismo de Portugal, do Motor Clube do Marco e do Município do Marco de Canaveses, que juntos estão a desenvolver todos os esforços necessários a uma realização que dignifique o desporto, o território e todos os envolvidos no evento. Até ao momento estão inscritos mais de 100 pilotos internacionais e cerca de 50 a nível nacional.
A poucos dias do tão aguardado arranque, as entidades mostram boas expectativas, mas assumem alguma apreensão devido ao cenário pandémico provocado pela COVID-19.
Tendo presente que Marco de Canaveses, assim como a região onde se insere, tem muitos adeptos deste desporto motorizado, multiplicam-se os apelos ao cumprimento das regras da Direção Geral da Saúde (DGS).
Pedro Mariano, presidente da Comissão de Enduro da Federação de Motociclismo de Portugal, destaca que Marco de Canaveses não é um território desconhecido e que “as características naturais desta região são excelentes para a prática desta modalidade”.
Não obstante, e ao mesmo tempo que mostra total confiança na capacidade organizadora das entidades locais, Pedro Mariano recorda o facto de o acolhimento de duas provas significar uma responsabilidade acrescida. “O segundo fim de-semana pode ter consequências se o primeiro não correr bem e é isto que as pessoas têm que consciencializar”, disse.
“Estamos a falar de uma região que tem uma afición muito grande por desportos motorizados. Nota-se perfeitamente a diferença quando se vai fazer uma corrida a sul, ou mesmo a centro-sul, e vimos para o norte. Agora, se querem que continuemos a vir aqui têm que nos ajudar também”, reforçou.
Segundo Daniel Pinto, presidente do Motor Clube do Marco, está tudo preparado com o máximo cuidado. “Temos o acesso restrito aos locais das partidas e chegadas, para que não haja público, e vamos tentar que as pessoas não se juntem, que mantenham o distanciamento”, transmitiu, sem deixar de lembrar que as Especiais, de 5 km e 6 km, têm “muito espaço para quem quiser ver”, sem necessidade de ajuntamentos.
Cristina Vieira, presidente da Câmara Municipal de Marco de Canaveses, destacou a importância do evento, não só para a promoção do desporto, mas também do próprio concelho.
“É um evento que teve um empenho muito grande das associações, do Motor Clube do Marco, da Federação e logicamente da Câmara Municipal. É um evento de caráter mundial que vai levar o nome de Marco de Canaveses muito longe e, por isso, é um evento no qual a Câmara Municipal quis também apostar”, afirmou.
Para a autarca, o esforço feito a nível humano, logístico e financeiro “merece também reconhecimento da comunidade marcoense”. “Não estamos a fazer este esforço em vão. Estamos a fazer este esforço porque, depois de dez anos, voltamos a ter no Marco de Canaveses uma prova desta envergadura. É uma prova que os marcoenses merecem”, justificou.
Assim, “é importante que aqueles que vêm de fora se sintam seguros e é sobretudo importante que os marcoenses contribuam para essa segurança e que contribuam para a boa imagem de Marco de Canaveses porque isso é sinal que, de facto, estamos todos imbuídos deste espírito que é podermos promover o nosso território”, insistiu.
Marco de Canaveses recebe os melhores pilotos do mundo
É em Marco de Canaveses que se vão decidir os títulos mundiais e todos querem ganhar, facto que por si já é sinónimo de espetáculo garantido.
Em cada fim-de-semana ocorrem três provas especiais, com partida do Paddock instalado no Largo da Feira na cidade de Marco de Canaveses.
No primeiro fim-de-semana, os pilotos seguem para o Parque de Lazer de Tuías, onde irá decorrer a especial Enduro Test; depois rumam à freguesia de Bem Viver, local que irá acolher a especial Cross Test Paulo Gonçalves (em homenagem ao piloto falecido este ano); e terminam em Montedeiras, com a especial Extreme Test. Esta última é descrita pelo diretor de prova, Pedro Bianchi Prata, como “a mais espetacular, com um sítio muito bonito, ao ar livre e ponde as pessoas podem ver em segurança, se estiverem espalhados” pela extensão do percurso.
No fim-de-semana seguinte a orientação de prova é feita em sentido inverso. As três voltas correspondem a cerca de 6h45m de corrida por dia.
“Vamos ter aqui os melhores de cada país a representar o seu país e as suas equipas. Todos vão lutar e vai ser um espetáculo único”, salientou Pedro Bianchi Prata, reforçando que o panorama mundial, as contingências e os cuidados a ter são desafiantes.
Organizar uma prova em tempos de pandemia, “é mais complicado porque temos que limitar o público, temos que o orientar para estar mais disperso em todo o percurso e em todas as provas especiais. É um desafio maior, temos regras bem apertadas na organização e vamos precisar que o público as respeite e que sigam exatamente as orientações da DGS para que tudo corra bem”, completou o diretor de prova.
No que diz respeito a medidas extraordinárias para evitar ajuntamento de público, destaque para o facto do Paddock ser vedado ao público, para a retirada das habituais noites de Super Especial do programa. Os acessos rodoviários às Especiais também vão estar fechados.