CEDRUS ATLANTICA
Nome Comum – cedro-do-atlas, cedro.
Origem – É originário de África, das montanhas dos Atlas e do Rif em Marrocos e das montanhas da Argélia, em altitudes de 1200 a 2000 m, onde ainda existem exemplares de porte excecional e multiseculares, com cerca de 700 anos.
Descrição – É uma árvore robusta, ultrapassando por vezes os 40 m de altura, de porte cónico e piramidal, que com os ramos pode passar a trapezoidal ou irregular, com as ramificações formando pisos. O tronco é direito, com cerca de 1 m ou mais de diâmetro, algo encurvado no ápice. A casca é cinzenta e lisa, com a idade fica gretada, tornando-se castanho-escura ou negra, rugosa e áspera. As folhas são aciculares, na sua maioria agrupadas sobre curtos raminhos laterais (braquiblastos) de crescimento reduzido, formando rosetas estreladas (20 a 30 acículas em novos brotos); mas também solitárias ao longo dos ramos longos (macroblastos) recém-formados; são de cor verde ou branco-azulado, de secção triangular ou quadrangular, algo arqueadas, e medem, as agrupadas em fascículos, de 0,8 a 3 cm de comprimento. Os cones masculinos nascem erguidos no centro das rosetas de folhas, solitários; são cilíndricos de 3 a 5 cm de comprimento, no início de cor verde‑amarelado ou amarelo e logo depois castanhos. Cones femininos sobre a mesma planta, também solitários no centro das rosetas de folhas, de preferência nos ramos superiores, de forma cilíndrica ou ovado‑cilíndrica e cor verde-violáceo ou verde-azulado. Pinhas erguidas de 5 a 8 (10) cm de comprimento por 3 a 5 cm de largura, subcilíndricas, truncadas e umbilicadas no ápice; abrem na maturação, desprendendo-se as escamas frutíferas que são subplanas, triangulares, com a margem externa fortemente engrossada; sementes aladas.
Floração – setembro a novembro.
Cor da Flor – verde.
Habitat – Forma florestas em encostas de montanhas entre 1300 e 2200 m de altitude, podendo associar-se a outras coníferas.
Observações – As florestas de cedros eram desde longa data, exploradas por corporações de lenhadores indígenas, que utilizaram métodos de exploração rudimentares, com enormes desperdícios. Por outro lado, provocavam grandes incêndios, quando pretendiam fazer arder o pé das árvores mais grossas (único método que tinham para derrubar essas árvores). Estas explorações desregradas teriam provocado o desaparecimento destas florestas, em virtude do grande consumo de madeira durante a 1ª Guerra Mundial. Contudo, ainda são espectaculares alguns povoamentos no Médio Atlas, com árvores de 50 m de altura e troncos cilíndricos, que mais parecem colunas gigantescas. É uma espécie há muito introduzida no nosso país, como ornamental, principalmente em Parques e Jardins. É o mais resistente dos cedros, e por isso muito utilizado como ornamental, em particular a cultivar de acículas azuis, ‘Glauca´. Outras cultivares são: ‘Aurea´, ‘Pendula’, etc. Propaga-se por semente em viveiro. É muito frequente a hibridação em viveiros entre Cedrus deodara, Cedrus atlantica e Cedrus libani, resultando por isso muitas cultivares, pelo que se torna por vezes difícil a sua identificação.