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Sinopse:

Num lugar supostamente livre, existe um muro feito de jornais. A certa altura o povo rompe o muro e passa a viver do outro lado que afinal estava vazio. Mas é um muro revestido de jornais. Uma realidade provocada.

Assim começa a desenvolver-se uma limpeza de hábitos, o desenrolar de um fio que define o próprio e o coletivo. Quando se apercebem, os homens tinham ficado cegos, só as mulheres continuaram a ver. Fala-se de um incêndio.

Cada um no seu vestir traz o seu manifesto. Uma revisitação do entrudo metamórfico, dos panos herdados que ganharam vida e com os quais se foi urdindo um texto escrito para o indivíduo/ator se espreitar a si mesmo, não sendo outro nem o mesmo. O brilho de cada um e a sua delicada força.

Homens árvore, com pássaros na cabeça. Mulheres de quatro gerações. Um artesão de bengalas cantor que fala com a élfica criatura que mais ninguém vê.

Todos são protagonistas, até o público.

Tentamos que cada cor, objeto, gesto… abra no espectador, caminhos, emoções. A liberdade que aqui é cantada em ritual de fertilidade é a liberdade que semeamos para todos os povos.

O ambiente cenográfico é feito de símbolos – o muro de jornais inspirado na fotografia que Fernando Lemos, tirou em modo de despedida dos seus amigos Vespeira Azevedo, Manuel Correia e Carlos Ribeiro (com pintura do seu autorretrato). Essa saudade, este saudosismo que nos rói. E as notícias que criam muros entre as pessoas. E o amor como linguagem salvífica.

Não temos a cadeira de Kantor mas temos a escada do Luiz, por onde se espreita o outro lado do muro e guardar o que nos eleva.

Não temos cadeiras, temos troncos. Uma saudade de florestas.

O humor está na construção estética, na leveza da superação. É sobretudo um espetáculo onde o Homem tem saudades do Homem e por isso recorre à paisagem interior como guia para o materialismo urgente.

O método estende-se através do Teatro do Oprimido, criado por Augusto Boal. Parte do princípio de que a linguagem teatral é a linguagem humana que é usada por todas as pessoas no quotidiano. Sendo assim, todos podem desenvolvê-la e fazer teatro. Desta forma, o TO cria condições práticas para que o oprimido se aproprie dos meios de produzir teatro e assim amplie suas possibilidades de expressão. Além de estabelecer uma comunicação direta, ativa e propositiva entre espetadores e atores.

Dentro do sistema proposto, o treino do ator segue uma série de proposições que podem ser aplicadas em conjunto ou mesmo separadamente.

 

Ficha Técnica:

Direção, texto e criação artística: Fátima Vale

Com poemas de Jorge de Sena, José Carlos de Vasconcelos e Tom Zé

Produção: GRUTA-CCL

Relações Públicas e Produção: Isabel Baldaia | Onofre Mota | Daniel Ribeiro

Criação Musical e canto: João Luiz Ferraz

Direção de cena e adereços: Ana Paula Matos

Fotografia e cartaz: Milene Vale

Costureira: Isabel Vieira

Coprodução com o Município do Marco de Canaveses

 

Elenco:

João Luiz Ferraz

Maria José Ferraz

Ana Paula Matos

Maria Baldaia Pinto

Daniel Oliveira

Pedro Pinheiro

Serafim Cardoso

Mónica Ribeiro

Cristina Ribeiro

Cristina Baldaia

Francisca Ferraz

 

Duração: 45 min.

 

OBJECTIVO DESTA CRIAÇÃO:

Alcançar o público de todas as (local)idades, ou quase. Redespertar o sentido da formação potenciadora do indivíduo, a dinâmica teatral como veículo de consciencialização e entusiasmo comunitário.

Estabelecer intercâmbios com grupos amadores e profissionais dentro e fora do país.

O Teatro como terapia emergente do quotidiano.

Dinamizar a atividade artística e cultural, tão em risco e decadência nos últimos anos.

Estimular o convívio social entre gerações.

Estimular o plantio de árvores em cada local da digressão.

 

Os ingressos para o espetáculo são gratuitos e podem ser levantados presencialmente, no Emergente Centro Cultural.
🎟 Máximo de 2 ingressos por pessoa.
🕒 Horário: 9h30-12h30 e 14h00-18h00

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